VISITA ILUSTRE

Fiquei deveras satisfeito com a ilustre visita do prefeito Gustavo Prandini ao meu blog, justificando o apoio do município ao Sucupira-Pirô:

"Caro "bigorna", gostaria de esclarecer duas coisas que não foram mencionadas por ninguém nesta questão do "sucupira pirô":
1- Não teríamos que investir em nada em dinheiro na festa, entramos como apoiadores pelo fato de autorizarmos o uso do espaço. E seria mais uma opção de lazer e incentivo ao comércio local, por isso valia a pena a cessão do espaço.
2- Na carta de pedido que o Sucupira em enviou ainda em janeiro nada foi dito que seria cobrado o evento. Portanto, também ficamos surpresos quando vimos a propaganda cobrando pela entrada. Neste caso, ainda seria possível a cessão do espaço, porém, cobraríamos uma contrapartida para o Município ou para alguma entidade de interesse público.
Cordialmente,
Gustavo Prandini"

Porém, quero deixar claro que o prefeito não precisava justificar. Primeiro, porque em momento algum questionei o apoio, e nem seria eventual questionamento de seus atos objetivo deste blog. Em segundo lugar, porque sei perfeitamente que a autorização de uso de bem público, quando justificada por um interesse público, é um instrumento lícito do Poder Público.

Thiago Moreira também sabe disso. Seu amigo Márcio Passos é beneficiário de uma autorização de uso de bem público - para quem não sabe, a sede atual do jornal A Notícia foi construída em terreno público, por autorização de uso concedida por Carlos Moreira -, cujo interesse público é bem mais questionável que aquele da autorização de uso que seria concedida para o Sucupira. Tanto que o ex-prefeito Carlos Moreira responde a uma ação de improbidade proposta pela Promotoria de Justiça, na qual um dos fundamentos é exatamente esta autorização de uso para Márcio Passos. Segundo consta da ação, a autorização teria sido concedida porque Márcio Passos trabalhou como marqueteiro de campanha de Carlos Moreira em 2004, sem nada cobrar - vez que não há registro de cobrança na prestação de contas do ex-prefeito à época -, e a autorização de uso teria sido uma forma de pagamento, sendo que nenhum outro jornal da cidade foi agraciado com semelhante  benefício. Na ação, também é sustentado que a autorização de uso concedida ao jornal A Notícia não obedeceu a nenhum critério de interesse público, pois beneficiou unicamente o próprio jornal, que ganhou sede nova mas não gerou nenhuma contrapartida ao município de João Monlevade. O jornal Bom Dia veiculou uma reportagem a respeito na época, e o processo pode ser consultado no fórum desta cidade por qualquer cidadão, já que é público. 

Aproveitando o ensejo, tenho certeza que o Thiago, como jornalista imparcial que é, vai comentar também sobre a autorização de uso concedida a Márcio Passos por Carlos Moreira, como complementação de sua postagem sobre o tema.