quarta-feira, 10 de junho de 2009

Conhecimento, isso é ótimo

Veja um artigo de uma leitora, que solicitou a publicação nesse blog.
Pedido feito, pedido aceito.
Isso é conhecimento, o resto é "lamber rapadura".


Papel reciclado pode ser negativo para o meio ambiente

O governo de João Monlevade oriundo do PV, intitulado Partido Verde, que acredita na sustentabilidade. Pode ser mais consciente com os projetos propostos em defesa do meio ambiente. No dia 29 de maio, foi publicada uma matéria no jornal A Notícia, onde dizia que a prefeitura encaminhou para a Câmara Municipal um projeto de lei que obriga todos os órgãos públicos a utilizarem o papel reciclado para todo material impresso, em “defesa” da natureza.

Acredito que falta informação sobre o papel reciclado para impressão tanto no governo municipal quanto e também no jornal A Notícia. O papel reciclado tem mais apelo de marketing, que qualidade em sua prática produtiva e maior agressão ao meio ambiente. A falta de informações claras sobre a qualidade do produto é prejudicial ao consumidor. Segundo umas das maiores fabricantes de papel e celulose do mundo, a Ásia Pulp & Paper (APP), o tom amarelado que costumam ter os papéis reciclados, é um corante e não necessariamente resultado do processo industrial de reciclagem. O papel reciclado pode ser tão branco como uma folha convencional.

A APP cita também que recentemente, cinco grandes fabricantes japonesas de papel, entre elas a Nippon, admitiram fraude na produção de reciclados. A maioria assumiu que utilizava uma porcentagem menor de material reciclado do que o anunciado em seus produtos, uma há mais de uma década. A notícia virou manchete no mundo e o presidente da Nippon pediu demissão.

Do ponto de vista social, a Associação dos Trabalhadores de Limpeza e Materiais Recicláveis de João Monlevade (Atlimarjon) pode até ser beneficiada. Isso, se a coleta seletiva atingir toda a cidade e não somente a parte central de João Monlevade.

Atualmente, não há evidências que comprovem, com segurança, que o papel reciclado traz menos impactos para o meio ambiente do que o papel branco, segundo os produtores de papel e celulose. E também não há coleta de lixo urbano que permita só a produção do papel reciclado.

Mas já que é necessário preservar o meio ambiente, pois todos precisam muito dele, é mais ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável consumir produtos certificados com o selo verde FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal), ONG internacional que estabelece padrão mundial para o gerenciamento florestal responsável.

Segundo a Votorantin Celulose e Papel, fabricante de papel branco ecoeficiente e certificada pela FSC, o papel reciclado tem maior índice de atolamento em impressoras, desprende partículas que danificam o equipamento, aumenta em 18% a manutenção das máquinas, utiliza mais tinta para impressão e não oferece fidelidade nas cores, imprimir com papel reciclado é abrir mão da identidade visual.

Não que reciclar não seja bom, mas uma reciclagem consciente é melhor. Como transformar pneu velho em asfalto, papel usado em papelão, garrafa pet em camiseta, enfim, essa não é a melhor maneira do governo municipal contribuir para o meio ambiente.

Segue abaixo trechos de matérias publicadas no jornal O Estado de São Paulo nos dias 07 e 24 de maio do ano passado para conhecimento.

“Em recente pesquisa realizada pela Esalq-USP, baseado na literatura técnica sobre reciclagem de papéis, mostra que a produção de papel 100% reciclado para imprimir e escrever pode gerar um volume de efluentes até seis vezes maior que o papel branco.

Segundo o estudo, o processo de preparação das aparas para produção de papéis reciclados destinados à impressão e escrita pode levar a um consumo adicional de energia elétrica de até 750 kWh/t, consumo que não ocorre na fabricação do papel branco.

"O processo de fabricação do papel reciclado consome mais água, mais produtos químicos e mais energia elétrica do que o papel branco. Isso porque a fibra reciclada passa por uma etapa a mais de clareamento, para eliminar impurezas, que não existe na produção do papel branco", afirma Antônio Gimenez, gerente da área de Negócios de Impressão e Conversão da International Paper (IP).

Em média, apenas 25% do papel utilizado para compor o reciclado é pós-consumo, proveniente de cooperativas de catadores. Outros 75% vêm de aparas resultantes do processo produtivo das fábricas, e que habitualmente voltam ao processo produtivo. No Brasil, 100% do papel branco produzido vem de florestas plantadas.

“É um mito dizer que o papel reciclado salva árvores, pois aqui elas já são cultivadas e para esse fim”, diz Gimenez. A empresa produz em torno de 25 mil toneladas de papel reciclado por ano, em torno de 5% de sua produção total de papel”.


P.S: Quanto à matéria do jornal A Notícia... Pesquisa, conhecimento e estar "antenado" não faz mal a ninguém.


Pollyanne Aguiar - Jornalista

Um comentário:

  1. Ricardo, o A Notícia perdeu os dois jornalistas mais qualificados -Katia Passos e Glaucio Santos - e ficou um lixo de vez. Horrível.
    Aproveitando, gostaria de sugerir que reproduzisse o ótimo post do Celio Lima " o capeta de ser oposição" . vale a pena, perfeito pra ilustrar o que tá acontecendo nessa cidade.

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